Reflexão
Entre o salmo mais curto e o mais longo, o Salmo 118 é o último dos Salmos de Hallel.1 Este salmo tem como pano de fundo a dedicação dos muros e portões restaurados de Jerusalém durante a Festa dos Tabernáculos em 444 a.C., no tempo de Esdras e Neemias.
Os judeus na cidade foram cercados por inimigos que primeiro os ridicularizaram e depois ameaçaram atacá-los e interromper a obra. O projeto de reconstrução levou cinquenta e dois dias, e o relato dessa notável realização surpreendeu as nações. O salmo menciona portões e edifícios e certamente expressa a alegria que o povo experimentou ao contemplar o que o Senhor havia feito.
As frases repetidas nos versículos 2-4, 10-12 e 15-16 sugerem que o salmo foi escrito para adoração pública. Os pronomes “eu” e “mim” nos versículos 5-21 referem-se à nação de Israel e não ao salmista. Mas o salmo fala a todos os santos em todas as épocas e dá-lhes importantes instruções práticas.
A primeira instrução é louvar o Senhor por Sua bondade e fidelidade. O salmista expressa sua gratidão por Deus ter respondido suas orações e permitido que o projeto de reconstrução fosse concluído. Ele também reconhece que a mão de Deus estava sobre eles durante todo o processo.
A segunda instrução é lembrar-se do poder de Deus. O salmista fala da soberania de Deus sobre todas as nações e Sua capacidade de frustrar os planos dos inimigos. Ele lembra aos crentes que Deus é capaz de realizar grandes coisas em suas vidas, assim como Ele fez com o povo de Israel.
A terceira instrução é confiar em Deus em tempos de dificuldade. O salmista descreve as ameaças dos inimigos e a tentativa de impedir a obra, mas ele também testemunha a fidelidade de Deus em proteger e guiar Seu povo. Ele encoraja os crentes a confiar em Deus em todas as circunstâncias, mesmo quando enfrentam oposição e adversidade.
A quarta instrução é comprometer-se a servir a Deus. O salmista declara sua disposição em continuar a servir a Deus e a trabalhar em Sua obra, apesar dos desafios que possam surgir. Ele reconhece que a obra de Deus é contínua e que todos os crentes são chamados a serem colaboradores em Sua obra.
Em resumo, a última canção do Hallel egípcio é um salmo de adoração a um Deus amoroso. Ele nos lembra de louvar a Deus por Sua bondade e fidelidade, de confiar em Seu poder em tempos de dificuldade, e de comprometer-nos a servir a Ele em Sua obra contínua. Como santos, podemos encontrar encorajamento e orientação nessas instruções práticas dadas pelo salmista.
Oração:
“Ó Senhor, eu venho a ti com um coração cheio de gratidão e louvor por tua bondade e fidelidade. Eu agradeço por teres respondido minhas orações e permitido que eu complete projetos importantes em minha vida. Eu reconheço que a tua mão esteve sobre mim durante todo o processo e eu sou grato por isso.
Eu lembro do teu poder, ó Senhor, e reconheço a tua soberania sobre todas as nações. Eu agradeço por frustrares os planos dos inimigos e por realizares grandes coisas em minha vida, assim como fizeste com o povo de Israel. Eu coloco minha confiança em ti em todos os momentos, especialmente quando enfrento oposição e adversidade.
Eu me comprometo a servir-te, ó Senhor, e a trabalhar em tua obra. Apesar dos desafios que possam surgir, eu estou disposto a continuar a servir-te e ser um colaborador em tua obra contínua. Eu agradeço por tua fidelidade em proteger e guiar teu povo, e eu confio em ti para me guiar em minha própria jornada. Em nome de Jesus, eu oro, amém.”
Os Salmos 113 a 118 são uma coleção de cânticos na Bíblia conhecida como Salmos Hallel, que significa “louvor”. Eles foram associados à celebração da Páscoa judaica devido à menção da libertação do Egito no Salmo 114. Por causa dessa conexão com o êxodo, esses salmos também são conhecidos como Hallel egípcio. Os judeus recitavam esses salmos durante as festas, especialmente durante a Páscoa. Dependendo da tradição seguida, um ou dois salmos eram recitados antes da refeição e o restante depois. Esses salmos são uma expressão de gratidão e louvor a Deus pela libertação do povo de Israel da escravidão no Egito e são uma parte importante das tradições judaicas.