Reflexão
Ao ler o Salmo 6, é evidente que apresenta muitas características de um salmo de lamento, onde o salmista expressa seu intenso sofrimento e angústia devido a uma doença. Além disso, também pode ser considerado um salmo de penitência (cf. 31, 37, 50, 51, 101, 129 e 142). O salmista está mais preocupado com a possibilidade de o castigo ser causado pela ira de Deus, que já é intensa. No entanto, seu lamento é logo substituído por uma oração confiante, na qual ele adverte seus inimigos a partir, pois quando a correção terminar, Deus lidará com eles por sua ânsia de destruí-lo.
Embora seja impossível identificar uma experiência específica na vida de Davi que possa ter inspirado o Salmo 6, não há razão para que ele não possa ter sido escrito por ele. A linguagem usada no salmo para expressar um sofrimento intenso se encaixa em formulações e conceitos que eram comuns durante na sua época. Além disso, a falta de uma referência específica à experiência do salmista é boa, pois a experiência subjacente não é exclusiva do salmista, seja Davi ou qualquer outra pessoa. Deus usa a correção como meio de disciplinar as pessoas por seus pecados, e muitas vezes usa outras pessoas, como inimigos pessoais ou nacionais, como parte desse processo (ver 2Sm 24:13). Quando Deus termina de usar a animosidade natural dos inimigos como parte da disciplina, ele os julga por sua ânsia de destruir seu povo (ver: Hc. 2).
O Salmo é uma súplica desesperada por ajuda divina em meio à ira de Deus. O autor reconhece que Deus é tanto o causador da morte como o doador da vida, e se concentra exclusivamente na soberania de Deus. A linguagem usada no salmo sugere que foi originalmente escrito como uma oração de cura por um doente. Embora a metáfora da doença e da cura tenha sido usada no Antigo Testamento para se referir a condições sociais e teológicas, o salmo provavelmente foi utilizado como uma oração geral pela restauração da comunidade.
Oração
“Senhor, meu coração está angustiado e minha alma está perturbada. Sinto a dor da disciplina divina e o peso do meu pecado. Mas, ainda assim, eu venho a Ti com confiança, pois sei que Tu és o Deus de misericórdia e amor.
Não me castigues em sua Ira, Senhor, mas disciplina-me com graça e amor. Pois, embora eu mereça a punição, eu sei que Tu és um Deus de perdão e misericórdia, e que o Teu amor por mim é maior do que o meu pecado.
Senhor, Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, em Ti eu encontro abrigo e segurança. Eu clamo por Ti, Senhor, porque sei que só Tu podes me livrar das minhas dores e angústias.
Confio em Ti, Senhor, porque sei que Tu és o Deus que cura, o Deus que restaura e o Deus que salva. Ajuda-me a suportar o sofrimento e a aprender as lições da disciplina divina, sabendo que, no final, serei purificado e renovado.
Que a Tua graça me envolva, Senhor, e que a Tua paz me sustente. Eu te agradeço, Senhor, por me ouvir e por me livrar do mal. Que a Tua vontade seja feita na minha vida, hoje e sempre. Em nome de Jesus, Amém.”